Há comparativos entre o planejado e o realizado?

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Há comparativos entre o planejado e o realizado?

Introdução

Quem trabalha com gestão de obras sabe: o papel aceita tudo, mas o canteiro é implacável.
Um planejamento bem feito pode parecer perfeito na teoria, mas só mostra seu verdadeiro valor quando comparado com o que realmente acontece na execução.
E é aí que entra uma pergunta essencial para qualquer gestor: estamos controlando a diferença entre o planejado e o realizado?

Mais do que uma análise de desempenho, essa comparação é o termômetro da eficiência da obra e um dos pilares do controle Lean e da metodologia de acompanhamento utilizada pela Aval Gestão.

 

1. O que é o comparativo planejado x realizado

O comparativo entre o planejado e o realizado é uma ferramenta de monitoramento que confronta o que foi previsto no cronograma e no orçamento com o que realmente foi executado em campo.

Essa análise permite visualizar:

  • Avanço físico da obra (etapas concluídas versus o que estava previsto);

  • Desvios de custos e prazos;

  • Produtividade real das equipes e frentes de serviço;

  • Impacto financeiro das mudanças de escopo ou retrabalhos.

Em outras palavras: é a ponte entre o planejamento e o resultado real da operação.


2. Por que esse comparativo é indispensável

Sem o comparativo, o planejamento vira apenas um documento estático.
Com ele, a gestão se torna dinâmica, preventiva e inteligente.

Principais benefícios:

  • Identifica desvios em tempo real, antes que se tornem problemas críticos;

  • Garante previsibilidade financeira, evitando surpresas no caixa da obra;

  • Permite ajustes de rota, replanejando etapas com base em dados concretos;

  • Cria histórico de performance, essencial para decisões futuras.

Na prática, esse controle é o que diferencia uma gestão que “acompanha” de uma gestão que “controla”.


3. Como o comparativo é feito na prática

Um bom comparativo planejado x realizado exige integração de informações algo que o Lean Construction e o BIM facilitam muito.

Os principais pilares são:

a) Planejamento detalhado e estruturado

Tudo começa com um planejamento técnico bem definido, com cronograma físico-financeiro e indicadores de desempenho claros.
Sem uma base sólida, qualquer comparação perde sentido.

b) Monitoramento contínuo

O acompanhamento de obra precisa ser frequente e padronizado, com medições semanais ou quinzenais do avanço físico, produtividade e consumo de recursos.

c) Controle físico-financeiro

O comparativo ideal cruza duas dimensões:

  • Física: percentual concluído por etapa;

  • Financeira: valores pagos, empenhados e previstos.

Assim, é possível visualizar se o gasto acompanha o avanço físico real — e não o contrário.

d) Uso de tecnologia e dados

Ferramentas como o BIM e dashboards de acompanhamento automatizam boa parte dessa análise, mostrando graficamente os desvios e tendências.
Com isso, o gestor toma decisões baseadas em evidências, e não em percepções.


4. O olhar Lean sobre o planejado x realizado

No Lean Construction, o comparativo planejado x realizado é mais do que um indicador: é um instrumento de melhoria contínua.
A metodologia incentiva a identificar as causas raízes dos desvios e propor contramedidas rápidas e colaborativas.

Por exemplo:

  • Se uma etapa atrasou, o foco não é apenas “cobrar a equipe”, mas entender por que o fluxo de produção foi interrompido.

  • Se o custo aumentou, o time analisa se houve falhas de suprimento, retrabalho ou baixa produtividade.

Essa mentalidade transforma o comparativo em aprendizado organizacional, e não apenas em um relatório.


5. BIM e comparativo planejado x realizado

Com o BIM (Building Information Modeling), o controle se torna visual e preciso.
É possível comparar, dentro do modelo 3D, o que foi construído com o que estava previsto, tanto em termos físicos quanto financeiros (BIM 4D e 5D).

Benefícios diretos:

  • Simulação do avanço da obra ao longo do tempo;

  • Identificação de incompatibilidades de projeto antes da execução;

  • Controle financeiro vinculado ao progresso físico (5D);

  • Maior integração entre sala técnica, campo e gestão.

O resultado é uma visão transparente, assertiva e visual do desempenho da obra.


6. Como aplicar na sua obra

Para implantar um sistema de comparativo eficaz, siga alguns passos práticos:

  1. Estruture o planejamento com base em indicadores mensuráveis;

  2. Implemente uma rotina de acompanhamento contínuo (semanal ou quinzenal);

  3. Registre o avanço físico e financeiro em um sistema integrado;

  4. Analise os desvios e corrija rapidamente o plano;

  5. Promova reuniões de alinhamento entre equipes técnicas e gestores.

Com disciplina e método, o comparativo se torna a principal ferramenta de previsibilidade e performance da obra.


Conclusão

Comparar o planejado com o realizado é o que mantém o controle do jogo nas mãos da gestão.
Sem esse acompanhamento, a obra corre o risco de se perder entre cronogramas desatualizados e custos fora de controle.
Com ele, a gestão ganha clareza, precisão e capacidade de reação três pilares indispensáveis para quem busca resultados consistentes e sustentáveis no canteiro.

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